Não resisti, e aqui vai mais um “trilhas de todos os tempos”. É que acabei de ver o filme mais louco do cinema recente, e SIMPLESMENTE, não consigo tirar ele da cabeça.
Já diria o Gordo “não sei se o filme é bom, ou se o filme é uma merda”.
É mais ou menos assim. Um sujeito desgraçado sem nome, entitulado apenas The Driver, anda de carro pelas ruas de L.A. Ele faz bicos de dublê em Hollywood, de mecânico e também de motorista para mafiosos.
Não fala NADA, até a metade do filme. Até então, é pacífico, mora em um apartamento derrubado, e fica andando de carro pra lá e pra cá. Se apaixona pela vizinha e até começa a gostar do filhinho dela. “What do you do?” “I drive”.
O cara não tem amigos, apenas o chefe dele, que o chama de Kid, que inclusive consegue uma chance pra ele virar piloto da Nascar. Daí o marido da mulher que ele gosta sai da prisão. Ele aceita ajudar o pilantra, e o pilantra é assassinado. Segue daí que o cara resolve largar tudo e aquele homem pacífico vira a maior máquina de pancadaria da história do cinema.
Sai andando de carro e dando a maior coça na cabeça de todos os mafiosos miseráveis que encontra pela frente. E então vai embora andando pelas ruas, com seu Chevrolet.
A trilha é monumental.
Ainda não sei se o filme é uma merda, ou se é bom. É diferente, com certeza. Mas senti uma vontade danada de me levantar, no fim do filme, e sair dirigindo, imbuído daquela sensação louca que um homem sente quando está indo em linha reta em direção ao horizonte. Ao som dessa música.
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Eduardo Pastore